IRMÃ ANTÓNIA DE S. FRANCISCO
25-3-1929 | 25-11-2019
Maria Ermelinda Carneiro Azevedo nasceu no lugar de Cancela, freguesia de Monte Córdova, Santo Tirso a 25 de Março de 1929. A 27 de Maio de 1944, entrou na Congregação das Franciscana de Calais, hoje Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora. Fez o seu noviciado em Santa Cristina do Couto. Aí fez os seus primeiros votos a 21 de Novembro de 1946 e a sua profissão Perpétua 13 de Agosto de 1950.
Licenciada em Filologia Românica, lecionou nos Colégios Seráfico, Luso-Francês, Colégio de Lourdes. Dedicou-se sobretudo ao ensino em todas as suas vertentes. Pessoa dinâmica e entusiasta contagiava com a sua persistência e dedicação. Abriu-se de alma e coração aos desafios que o Concílio Vaticano II trouxe à Igreja, nomeadamente à Vida Religiosa. Dedicou-se a promover o estudo dos documentos dele imanados, colaborando na organização de congressos e sessões de estudo e na abertura e apoio do centro de estudos para religiosas, no Porto, CER. Secretária da Federação dos Institutos Religiosos Femininos, a nível da Diocese do Porto, durante vários anos, integrou por vezes, a nível internacional, comissões da Congregação.
A preparação e a dinâmica do Capítulo de Aggiornamento da Congregação em 1969, a ela muito se devem. Sempre pronta e incansável, em Portugal ou em França, os seus serviços eram apreciados pelas irmãs de toda a Congregação. Muito contribuiu para uma maior formação das irmãs ajudando-as e estimulando-as a uma profissionalização e participação mais ativa na vida da Igreja. Na década de 60, foi responsável pela Secretaria do Hospital de Santa Maria, no Porto.
Foi eleita conselheira regional no Capítulo Regional de 1974 e colaborou na nova redação da Regra da 3ª. Ordem regular de S. Francisco de Assis. Traduziu as circulares das Superioras Gerais e outros escritos.
A 6 de Outubro de 1980 integrou-se nesta comunidade do Colégio de Lourdes. Apesar de continuar a lecionar no Colégio Luso Francês, no Porto, aqui no colégio dedicava boa parte do seu tempo a dar apoio a toda a comunidade educativa. Desde as vigilâncias nos recreios, aos momentos mais difíceis, havia sempre um gesto, uma palavra. Com facilidade dava colo às crianças confortando-as e dando ânimo ou simplesmente pegando-lhes pela mão dando um pequeno passeio, sobretudo nos primeiros dias e aos mais pequeninos. Com amabilidade e simpatia dirigia-se aos pais ajudando-os nesta separação. Com toda a generosidade dava explicações a quem precisava ou esclarecia alguma dúvida. Bondosa, simples e acolhedora, totalmente dada aos outros, a todos distribuía um pouco de si; uma palavra amiga, um gesto afável, um sorriso…
Testemunhava quem a conheceu: -“ era a representação plena do que queríamos ser e nunca o conseguimos”, doçura e simplicidade.
Ressoa, hoje, aos nossos ouvidos o eco da frase que a Irmã tantas vezes repetiu:
– “Eu só levo aquilo que deixo”.
É grande o testemunho que nos deixas querida Irmã Antónia.
Que o Senhor te acolha na Sua Glória.
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